Concurso: MPPE abre investigação

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Promotoria de Patrimônio Público do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou ontem procedimento de investigação para apurar as denúncias de possíveis fraudes ocorridas no concurso público da Polícia Militar, realizado no último domingo. A realização das provas foi marcada pela desorgarnização e prisões de suspeitos que estariam repassando gabaritos via celular para outros candidatos que ainda estavam nas salas, bem como pessoas que teriam sido pagas para fazer o exame no lugar de outros. No total, 152 candidatos foram eliminados já no domingo. Esse foi o maior concurso para ingresso de soldados no estado, com mais de 103 mil inscritos. São 2,1 mil vagas. A concorrência chegou a 50 para 1.

Pelo segundo dia consecutivo, os candidatos voltaram a fazer manifestação ontem nas ruas do Recife, pedindo a anulação do exame. Eles se concentraram em frente ao Centro de Defesa da Vida e do Patrimônio Público, na Rua 1º de Março. No local, uma comissão composta por três candidatos terminou recebida pelo promotor Eduardo Cajueiro, que está responsável pela apuração das possíveis irregularidades. Os manifestantes, que usavam nariz de palhaço, gritavam "mil, mil, mil, o gabarito é cinco mil".

O promotor Eduardo Cajueiro chegou a pedir que o grupo parasse com a manifestação do lado de fora. "Para quem quer ingressar na Polícia Militar, vocês já estão começando errado", disse. O promotor orientou que os candidatos protocolassem uma representação apontando com detalhes as possíveis fraudes. Cajueiro informou que já havia recebido sete reclamações."É preciso que vocês tragam nomes, horários, testemunhas de situações ocorridas durante o exame. Eu tenho que ter elementos concretos", argumentou.

Os representantes relataram ao promotor que durante as provas havia pessoas com pontos de escuta no ouvido, MP3 e celulares dentro das salas. "Fui ao banheiro, quando terminei a prova, e vi uma mulher com uma folha de papel enorme. Ela leu várias páginas e depois dobrou a folha, colocou no bolso e voltou para uma sala", contou a auxiliar administrativa Aline Suzi Figueiredo, 23, integrante da comissão. Na edição de ontem, o Diario publicou a foto de um caderno de provas, que foi repassado por um fiscal a uma pessoa que nem participava do concurso.

O promotor voltou a afirmar que, em tese, o fato de algumas pessoas terem descumprido as regras do edital não significava que o concurso foi fraudado. "Vou pedir as cópias dos inquéritos policiais que foram abertos já no domingo", disse. Até a próxima segunda-feira, ele vai analisar as informações. Só depois, decidirá se abrirá uma ação civil pública, que poderá resultar com um pedido de anulação do concurso.

Diário de Pernambuco

0 comentários:

Postar um comentário

 
 
 
 
Copyright © Portal Movimento
/ Template Modificado por WMF-Mídia Design uma boa ideia!// (87)9918-2640 |