Expectativa é de expansão de 6,26%; em 1986 o avanço foi de 7,5%
A expectativa do mercado para este ano é de um crescimento de 6,26%, o maior ritmo de expansão desde 1986, segundo o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central a partir de consultas a analistas e economistas e divulgado nesta segunda-feira (3).
Há um mês a previsão era de uma expansão de 5,60%. O governo trabalha com uma expectativa de crescimento de 5%. Para 2011 a previsão é a mesma do documento anterior, expansão de 4,5%.
No ano passado a economia brasileira encolheu 0,2% na comparação com 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do primeiro resultado negativo desde 1992, quando a queda foi de 0,5%. Considerando apenas o quarto trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve crescimento de 4,3%, em relação a igual período de 2008, após três trimestres seguidos de retração. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2009, houve crescimento de 2%.
Economistas ouvidos pelo R7 já esperavam por um resultado negativo no ano por conta da crise financeira mundial. Em 2008, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 5,1%.
O PIB é um dos principais indicadores da economia de um país e representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos diversos setores da cadeia produtiva. Ele é calculado trimestralmente pelo IBGE e quando aponta geração de riqueza inferior à observada no levantamento anterior, indica retração econômica. A recessão técnica é observada quando o movimento de queda ocorre por dois trimestres consecutivos.
“Fanfarronice”
Na semana passada o jornal britânico Financial Times alertou o Brasil, em um editorial, para que o país não caia na “fanfarronice” sobre seu próprio futuro. O texto destaca que a recuperação do Brasil é forte e o país comemora, junto da América Latina, o bom momento econômico da região. Mas os países latinos precisam estar alertas, sob o risco de cair em uma nova crise.
- O maior perigo financeiro que a América Latina enfrenta agora é a complacência, especialmente no Brasil. Porque no final das contas, as piores quedas normalmente ocorrem justamente quando se está no auge.
Também na semana passada o FMI (Fundo Monetário Internacional) avaliou que a forte recuperação nas economias da América Latina pode mostrar-se desfavorável. O órgão recomendou que países como Brasil e Peru tomassem medidas para evitar um aquecimento muito forte de suas economias, até mesmo retirando estímulos para investidores, na tentativa de prevenir uma próxima bolha.
Uma economia, ou determinado setor, pode estar próxima de uma bolha quando ele cresce demais e corre o risco de não sustentar esse crescimento, estourando em algum momento com impactos como quebra (fechamento) de empresas, bancos, não pagamentos das dívidas, entre outros.
Inflação
Em relação à inflação para este ano, o mercado elevou pela 16ª semana consecutiva a previsão para o IPCA. A expectativa apresentada hoje é de 5,5% - acima do 5,42% no boletim anterior. Na última quinta-feira (6) o BC divulgou a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada no último dia 28, na qual disse que o risco de uma eventual disparada de preços no país neste ano exigiu uma ação “incisiva” sobre a taxa básica de juros - a Selic -, que subiu para 9,5% - primeira elevação em um ano e sete meses.
A meta do governo tanto para este como para o próximo ano é que a inflação se mantenha em 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
R7
Mercado prevê maior crescimento do PIB em 24 anos
terça-feira, 11 de maio de 2010
Por Wallysson Ricardo às 08:50
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